domingo, outubro 08, 2006

Antes do Final

William-Adolphe Bouguereau (1825-1905) - The Day of the Dead (1859).


Tinha sessenta e nove anos e não suportou a dor que lhe acompanhou os seus últimos dias. Ele ainda respirava a esperança, mas os versos do sofrimento não o deixava. Foram noites e noites no quarto do hospital. Nunca imaginou que tudo acabaria daquela forma, com tantos remédios, enfermeiros, parentes de longe e de perto que visitava, os soros e os lençois sujos de sangue daquela tosse insistente e dos vômitos. Nada mais conseguia comer. Foi se acabando…Foi a morte da vida, do orgranismo, dos sonhos, das esperanças, era a morte!

Já nas últimas horas, ele queria rever muito seus filhos. para uma possível última benção. Esperava ansioso por todos para um possível certo adeus. Acho que suas esperanças ja estavam se esgotando. Já sabia que o fim estava perto e agradecia a Deus por ainda ter uma filha solteira para cuidar dele nesses momentos agoniantes.

Escrevo agora o meu adeus, tio. Sem a dor que lhe dominou e sem a amargura do pesar.
Um adeus do silêncio com memória nos álbuns de retratos e das vhs gravadas.
As memórias azuis são as mais belas, pois trago todas elas no meu coração.

Adeus, até um dia.

3 comentários:

Anônimo disse...

Chorei com o que vc escreveu! A música ajudou muito...
Essa é a certeza que temos não é?
Um dia chega a hora, cada um vai passar por isso.Nunca estamos prontos para perder quem amamos,mesmo tendo a certeza que irá acontecer.
Temos que viver e aprender. Vencer as dores e seguir em frente, lutando pela nossa felicidade!
CONTA COMIGO!
Te amo!
Bjos e fica com Deus!

Anônimo disse...

Não é fácil lidar com essas emoções. Saber q não se está só talvez seja a melhor das maneiras de continuar forte, inclusive em momentos assim. Até pq, de q adianta a felicidade sem gente por perto pra compartilhar? Estejam ela onde quer q estejam!
Adoro vc!
;**!

Anônimo disse...

Poxa RÔ esse texto me fez lembrar a triste perda que minha amiga teve na semana passada com o falecimento da mãe dela e de perto pude ver o quanto é muito difíil nos separmos de quem amamos. Bonita escrita!Beijos