domingo, abril 18, 2010



FOTO: felino.felisberto.net

Existem instantes que nos seguem por toda a eternidade.
E nesses instantes
Falta-me tinta no papel,
pois as minhas palavras hoje não dizem nada.
São poucas, breves e roucas.
E sinto o silêncio, que de tão cheio é,
as palavras se tornam escassas.

Estas ainda aqui?

domingo, abril 11, 2010


-Ahhh se essas bordas de pizzas falassem...

- Se elas falassem? Falariam somente de risos e gargalhadas

De fofocas e de venenos destilados também.

Porque se assim não fosse, graça não teria.

Mas ao primeiro golpe da faca

A borda, tão recheada,

Seria destruída,

E logo em seguida aniquilada pelos dentes

Embebidos por um delicioso vinho tinto.

O que restou?

Risos e gargalhadas.

Porque se assim não fosse,

Graça não teria.



Mais um domingo...

E o som da chuva me faz sorrir.

A chuva que cai

As lembranças que se formam

E os sonhos que reacendem.

Ahhhhh que som gostoso

Que visão saborosa

(...)

Agora,

Feche os olhos.

És capaz de sentir

A menina dos olhos atravessados pela chuva

Que fazia piruetas pelas esquinas?

E que suja de tinta

Brincava no jardim

Pulando...pulando..pulando...?

(...)

O ar frio

Percorre a lembrança

E deixa em nós

Exatamente o que somos.

(...)

A menina não mais está suja de tinta.

Mas ainda anda

girando, pulando

brincando e sonhando.

sexta-feira, abril 09, 2010


Mesmo que você me de rosas

Sempre me faltará algo.

Porque eu tenho o costume de não pensar

(Quando isso deveria ser feito)

E pensar demais

(quando o melhor é não raciocinar).

Mas seja bem vindo. Fique a vontade

(mas nem tanto)

Tenho segredos que procuro esquecer

A cada amanhecer

E não devo revelá-los tão cedo.

Se quiser: Venha!

O chão está sujo

Assim como minhas mãos

(E meu corpo)

Não diga nada.

Pegue-me em seu colo

Para sempre

Até o final desta noite.

quinta-feira, abril 08, 2010



Pintura: Andreas Koller

Que acontecerá
Se um dia, o pó enterrado

Se recompuser

E através do brilho do sol

E da terra molhada de chuva

Em um orvalho aparecer.

E das profundezas da terra

Desabrochar uma flor

Será ela ainda capaz de encantar

E enamorar outra vez?