quinta-feira, janeiro 01, 2009



"Fixar-se ao solo não é tão importante se o solo pode ser alcançado e abandonado à vontade, imediatamente ou em pouquíssimo tempo. Por outro lado, fixar-se muito fortemente, sobrecarregando os laços com compromissos mutuamente vinculantes, pode ser positivamente prejudicial, dadas as novas oportunidade que surgem em outros lugares. " BAUMAN, 2001


Engraçado como esta frase pode ser aplicado nos mais diversos setores de nossas vidas. Podemos emprega-las no nível profissional, pessoal, na relaçao com o outro, e por que nao no amoroso também?



Bauman faz a análise de cinco conceitos decisivos, cada um formando um capítulo do livro Modernidade Liquida: emancipação, individualidade, espaço/tempo, trabalho e comunidade. Em todos eles, reaparecem diversos traços em que nos identificamos: a incerteza da vida cotidiana, a insegurança na cidade, a precariedade dos laços afetivos e do trabalho, o privilégio do consumo em detrimento da produção, a troca do durável pela amplitude do leque de escolhas, o excesso de informações, etc.


Em relaçao ao outro? A agenda está sempre cheia, especialmente para aqueles que, no momento, não podem oferecer alguma espécie de vantagem. Para os que são "indesejados", temos as respostas vindas de um aparelho eletrônico tal como máquinas, onde o descompromisso entre as pessoas passa a ser uma norma: a secretária eletrônica ligada, o correio eletrônico “que não funciona bem”, o “computador que pegou vírus” e a caixa postal do celular são barreiras colocadas entre nós e aqueles que não queremos atender. Tudo por que fugimos daquela fixação ao solo...


Modernidade Liquida, é uma leitura maravilhosa que vale a pena ser desfrutada.